Mulher fica acorrentada na porta de posto de saúde

A agente de saúde denuncia falta de médicos na unidade e diz que comunidade sofre sem atendimento adequado por meses

Agente de saúde diz que fará novo protesto caso o problema não seja solucionado
No limite, essa é a situação dos moradores do Japãozinho que na manhã desta terça-feira, 20, resolveram protestar enfrente a Unidade de Saúde da Família José Augusto Barreto. Com problemas de artrose a funcionária pública, Ivania Alves dos Santos, de 32 anos, ficou acorrentada a um fio de aço na porta do posto de saúde. Segundo a agente de saúde há três meses afastada das atividades Ivania afirma que não consegue atendimento médico e nem realizar exames.

Bastante nervosa e contando com o apoio de outros moradores Ivania decidiu tomar uma atitude. “Todos os dias venho ao posto e a resposta é sempre a mesma, nunca tem médico aqui. Além dos médicos falta tudo aqui. Fiz uma cirurgia e estou há três meses precisando de atendimento para fazer uma ressonância, mas não consigo, ninguém aqui consegue ser atendido”, reclama.

Moradores reclamam de atendimento e cobram médicos
A dona de casa Maria Inês Moraes da Conceição conta que depende do atendimento do posto, porque sofre de hipertensão. “Estou dependendo de um médico para passar um medicamento, mas não consigo. Também tenho uma mãe com problemas mentais que não consegue ser atendida por falta de médicos. Até quando vamos ficar sofrendo aqui?”, questiona.

Atendimento na urgência

Com o atendimento comprometido os moradores afirmam que tem procurado médicos na urgência do Hospital Nestor Piva, localizado na zona norte da capital. “Minha mãe está em casa sofrendo com problemas de asma e quando ela fica mal procura atendimento no Nestor Piva, se o posto tivesse um médico não seria preciso ir até lá, porque era só fazer o acompanhamento aqui”, lamenta Jaqueline

Maria Inês diz que depende de atendimento para tratamento
de Moura Dias.

Jaqueline também relata que o filho de apenas cinco meses não tomou vacinação por falta de agulhas na unidade. “Vim aqui com meu filho e fui informada que não tinham agulhas. Isso é um absurdo. Queremos um posto funcionando com médicos e medicamentos porque todos aqui na comunidade precisam”, enfatiza a dona de casa.

Município

De acordo com o coordenador de Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Geison Valença, o município enfrenta problemas com relação à contratação de médicos. O coordenador explica que a unidade possui médico pediatra e dentista, além de equipes de

Ivana diz que um médico é insuficiente (Fotos: Portal Infonet)
enfermagem. Segundo Geison dos três médicos clínicos que a unidade possui dois pediram demissão e outro está afastado há 15 dias.

“A secretaria se compromete que no prazo de até 48 horas toda essa situação será resolvida. Amanhã [21] pela manhã terá um médico para atender essa comunidade. A médica que está de licença também vai retornar para a unidade de saúde”, garante o coordenador de Atenção Básica da SMS.

Após ouvir a garantia da SMS os moradores resolveram suspender o protesto e disseram que vão ficar aguardando a solução. “Eles [SMS] prometeram que amanhã [21] vai ter médico aqui, mas sabemos que apenas um médico não resolve o problema, vamos ficar aguardando o que será feito e se não for resolvido vamos voltar a realizar outro protesto. Dessa vez vou ficar amarrada a noite toda na porta do posto”, ressalta a agente de saúde Ivania Alves.